The Lurker Quiz
Mais alguém além de mim acha que o 1º Secretário da Câmara é a criatura mais torpe, vil, pusilânime, mesquinha, rastejante, gosmenta, ignorante, lastimável, baixa e decadente do cenário político nacional? Aonde já se viu, depois de pedir aumento de 150% para os parlamentares em outubro/novembro (bem no apagar das luzes) sair com essa de "olha para mim! eu nasci no mesmo estado do presidente empossado!". PATETA!
janeiro 03, 2003
The Lurker em conflito social (ou tem gente que tem razão mas não sabe reclamar)
Inicialmente cabem alguns esclarecimentos: até que nossas salas novas fiquem prontas, a equipe de Avaliação está temporariamente ocupando um espaço no térreo do prédio da Associação Brasileira de Municípios (ABM) – prédio que se situa ao lado do da UNESCO. Este fato já gerou situações inusitadas e esta foi mais uma delas.
Estamos concluindo uma reunião quando um sujeito entra e interpela nossa secretária sobre alguma coisa da ABM, com a qual não temos qualquer contato profissional. Não obstante os esclarecimentos, o sujeito derrama sobre nosso grupo toda sua carga de frustrações contra o sistema (do qual, em sua visão, devemos fazer parte). É preciso que se diga: todo o grupo tem uma preocupação com o bem-estar social e todos já pesquisaram, de uma forma ou outra, as situações que ele agora descreve. Ocorre que é totalmente ineficiente destilar isto sobre este grupo em particular: não dispomos de qualquer meio para ajudá-lo – e, justamente por já ter pesquisado antes, não vamos contribuir com dinheiro para o que quer que seja.
Acalmado o cidadão, ele se vai. Entretanto, volta depois para dizer, pela janela, outras tantas coisas justamente à Jéssica, a secretária. E é aí que eu perco a paciência: ele tem o direito de se expressar, mas não somos repartição pública. Mesmo que fôssemos, não cabe achacar justamente a pessoa que, claramente, menos tem como interferir na situação! E destratar gente da minha equipe, que é pequena mas dedicada, é pedir encrenca comigo.
O que mais me aborrece é o fato de que, até certo ponto, considero legítimas as demandas e queixas do sujeito. Mas não adianta reclamar com o bilheteiro se o filme é ruim! E não venha me destratar a moça em Brasília porque o PSDB “está roubando a bolsa-escola no Amazonas”. No fim das contas, a revolta é a mesma, mas em níveis diferentes (e eu achando que não era hipócrita)...
Inicialmente cabem alguns esclarecimentos: até que nossas salas novas fiquem prontas, a equipe de Avaliação está temporariamente ocupando um espaço no térreo do prédio da Associação Brasileira de Municípios (ABM) – prédio que se situa ao lado do da UNESCO. Este fato já gerou situações inusitadas e esta foi mais uma delas.
Estamos concluindo uma reunião quando um sujeito entra e interpela nossa secretária sobre alguma coisa da ABM, com a qual não temos qualquer contato profissional. Não obstante os esclarecimentos, o sujeito derrama sobre nosso grupo toda sua carga de frustrações contra o sistema (do qual, em sua visão, devemos fazer parte). É preciso que se diga: todo o grupo tem uma preocupação com o bem-estar social e todos já pesquisaram, de uma forma ou outra, as situações que ele agora descreve. Ocorre que é totalmente ineficiente destilar isto sobre este grupo em particular: não dispomos de qualquer meio para ajudá-lo – e, justamente por já ter pesquisado antes, não vamos contribuir com dinheiro para o que quer que seja.
Acalmado o cidadão, ele se vai. Entretanto, volta depois para dizer, pela janela, outras tantas coisas justamente à Jéssica, a secretária. E é aí que eu perco a paciência: ele tem o direito de se expressar, mas não somos repartição pública. Mesmo que fôssemos, não cabe achacar justamente a pessoa que, claramente, menos tem como interferir na situação! E destratar gente da minha equipe, que é pequena mas dedicada, é pedir encrenca comigo.
O que mais me aborrece é o fato de que, até certo ponto, considero legítimas as demandas e queixas do sujeito. Mas não adianta reclamar com o bilheteiro se o filme é ruim! E não venha me destratar a moça em Brasília porque o PSDB “está roubando a bolsa-escola no Amazonas”. No fim das contas, a revolta é a mesma, mas em níveis diferentes (e eu achando que não era hipócrita)...
The Lurker em ataque de ansiedade (ou I´m eating my head out)
Pipocas, não agüento mais esperar que os bonitinhos da UnB se dignem a divulgar os resultados do processo de seleção para o doutorado... acho engraçado a forma como eles tratam a questão dos prazos: minha entrevista foi 12/12 e os resultados, que certamente já estão resolvidos, somente serão divulgados no dia 10/01/03.
Vá lá que seja. Admite-se que seja a regra do jogo. Agora, depois da divulgação o vivente tem dois dias para mandar carta com o aceite da vaga. Dois dias! Chega a quatro se for por e-mail, mas é um absurdo! O sujeito não pode nem se arriscar a pegar uma praia menos, digamos, civilizada. Tem que estar em um canto onde, não satisfeito de ter acesso à Internet para checar os resultados, possa passar igualmente um e-mail. Bolas, as matrículas são somente em março!
The Lurker says: AAAAARRRGH! (a little tension break, huh?)
Pipocas, não agüento mais esperar que os bonitinhos da UnB se dignem a divulgar os resultados do processo de seleção para o doutorado... acho engraçado a forma como eles tratam a questão dos prazos: minha entrevista foi 12/12 e os resultados, que certamente já estão resolvidos, somente serão divulgados no dia 10/01/03.
Vá lá que seja. Admite-se que seja a regra do jogo. Agora, depois da divulgação o vivente tem dois dias para mandar carta com o aceite da vaga. Dois dias! Chega a quatro se for por e-mail, mas é um absurdo! O sujeito não pode nem se arriscar a pegar uma praia menos, digamos, civilizada. Tem que estar em um canto onde, não satisfeito de ter acesso à Internet para checar os resultados, possa passar igualmente um e-mail. Bolas, as matrículas são somente em março!
The Lurker says: AAAAARRRGH! (a little tension break, huh?)
The Lurker and the Holidays (ou ondshe foish que eshtachionei meu tchrenó, sheu guarda?)
Este deve ter sido o natal/ano novo mais etílico de que me recordo e isso, estranhamente, não rimou com qualquer tipo de “alteração alcóolica de comportamento”. Apesar da sobriedade que mantive por quase todo o tempo, entornamos rigorosamente todos os dias. Vejamos, por exemplo, o último dia do ano:
14:00 hs – Whisky com o pessoal da Anatel. A turma do funil (de sempre) na sala (de sempre) conversando os assuntos de sempre – como resolver os problemas das telecomunicações no país daqui a quinze minutos e as causas que criaram estes problemas. Como cheguei já meio tarde, boa parte do pessoal já estava devidamente calibrado...
17:30 hs – Tá bom, chega, ano que vem tem mais. Agora vamos almoçar. Naturalmente, a escolha lógica seria o Porcão, não fosse o fato deles terem fechado às 17:00 para preparar o reveillon. E é que o Tony (Tornado) gentilmente esclarece ainda na entrada. Hmmm... o Francisco da Academia de Tênis é uma escolha bastante próxima. Vamos para lá (André, Marcos Gil e eu).
Excepcionalmente André resolve pagar a tarde... muito bem. Nada como trabalhar para o Dantas. Por minha escolha, seleciona um Mouton Cadet 1996 (também boa safra, mas 92 era melhor). Paula vem nos encontrar depois, para atribuir um pouco de sanidade ao grupo. Terminamos de “almoçar” às 19:30 e encontramos com o Luis Gushiken na saída. O tonto (literalmente) do Marcos ainda sai com a de que ele “era o petista favorito dele”. Bolas, o MG é do PFL e não reconheceria uma estrela do PT nem que ela lhe caísse na cabeça.
A carraspana continua, depois que larguei o Marcos, fomos deixar o carro do André na casa dele. Por lá descobri que a irmã dele foi minha aluna na UnB... isto aqui é uma fazenda asfaltada.
Daí toca para a casa da Sogra (Sogra´s Grill e Coffee House) onde a festa foi divertidíssima, com direito a reencontrar vários amigos de tempos idos, dois dos quais (Daniel e Soma) voltaram especialmente dos EUA para as estações. Fim de noite regada a Jack Daniels e poker de feijãozinho (eu sempre disse que poker se joga apostado, não disse?). Fazia tempo que fim de ano não era tão bom.
Este deve ter sido o natal/ano novo mais etílico de que me recordo e isso, estranhamente, não rimou com qualquer tipo de “alteração alcóolica de comportamento”. Apesar da sobriedade que mantive por quase todo o tempo, entornamos rigorosamente todos os dias. Vejamos, por exemplo, o último dia do ano:
14:00 hs – Whisky com o pessoal da Anatel. A turma do funil (de sempre) na sala (de sempre) conversando os assuntos de sempre – como resolver os problemas das telecomunicações no país daqui a quinze minutos e as causas que criaram estes problemas. Como cheguei já meio tarde, boa parte do pessoal já estava devidamente calibrado...
17:30 hs – Tá bom, chega, ano que vem tem mais. Agora vamos almoçar. Naturalmente, a escolha lógica seria o Porcão, não fosse o fato deles terem fechado às 17:00 para preparar o reveillon. E é que o Tony (Tornado) gentilmente esclarece ainda na entrada. Hmmm... o Francisco da Academia de Tênis é uma escolha bastante próxima. Vamos para lá (André, Marcos Gil e eu).
Excepcionalmente André resolve pagar a tarde... muito bem. Nada como trabalhar para o Dantas. Por minha escolha, seleciona um Mouton Cadet 1996 (também boa safra, mas 92 era melhor). Paula vem nos encontrar depois, para atribuir um pouco de sanidade ao grupo. Terminamos de “almoçar” às 19:30 e encontramos com o Luis Gushiken na saída. O tonto (literalmente) do Marcos ainda sai com a de que ele “era o petista favorito dele”. Bolas, o MG é do PFL e não reconheceria uma estrela do PT nem que ela lhe caísse na cabeça.
A carraspana continua, depois que larguei o Marcos, fomos deixar o carro do André na casa dele. Por lá descobri que a irmã dele foi minha aluna na UnB... isto aqui é uma fazenda asfaltada.
Daí toca para a casa da Sogra (Sogra´s Grill e Coffee House) onde a festa foi divertidíssima, com direito a reencontrar vários amigos de tempos idos, dois dos quais (Daniel e Soma) voltaram especialmente dos EUA para as estações. Fim de noite regada a Jack Daniels e poker de feijãozinho (eu sempre disse que poker se joga apostado, não disse?). Fazia tempo que fim de ano não era tão bom.
janeiro 01, 2003
The Lurker volta ao Rio - (ou fluctuat, nec mergitur)
A nova viagem ao Rio, como de hábito, representou um mergulho ao mundo gastronômico. O Antiquarius continua sendo um de meus pontos favoritos, mas desta vez dispensei o Dry Martini: com a fome que eu tinha, isso haveria de dar bobagem. O prato, para (não) variar, foi o Escalope ao Roquefort, acompanhado de batatas sautées. Muito bom, mas desta vez alguém esqueceu a mão no pode de mostarda... mais atenção ao queijo, cavalheiros...
A adição, desta feita, foi o Cipriani, como já havia mencionado, restaurante que fica no térreo do Copacabana Palace. Seguindo os passos de uma jovem dama carioca, conhecida por seu gosto impecável, que faz pesquisa sobre o Fetuccine Alfredo em diversos restaurantes como medida pessoal de qualidade, pedi um Filet ao Roquefort, este acompanhado de batatas douradas à Provençal. O Dry Martini deles é impecável, conquanto seja mais caro que o do Antiquarius. O vinho escolhido foi um Mouton Cadet tinto, 1992. Boa safra para a região de Bordeaux e, servido na temperatura certa, agradou a todos na mesa (exceto o cavalheiro que pediu o linguado com arroz de frutos do mar, mas isso é uma outra história – ele era um chatonildo).
O Rio é igualmente conhecido pela tradição de seus botecos. Paris tem cafés, Roma, trattorias. O Rio produz e exporta botecos. A revista de bordo da TAM recomenda o Bar Luis, em operação desde 1839. Desta vez, a incursão não foi tão sofisticada, mas incluiu visita a dois aglomerados de bares, chamados Cobal – uma no Humaitá (Rua Voluntarios da Patria, 448) e outra no Leblon (alguma ajuda na geografia seria bem aceita para esta: o taxista fez um mundo de voltas...). De qualquer forma, tratam-se de lugares interessantes, mas sem nenhum atrativo mais particular que justifique trocá-las por uma visita aos Quiosques da Lagoa.
The Lurker says: pouca coisa é tão interessante como descobrir novos lugares e conversar com pessoas diferentes...
A nova viagem ao Rio, como de hábito, representou um mergulho ao mundo gastronômico. O Antiquarius continua sendo um de meus pontos favoritos, mas desta vez dispensei o Dry Martini: com a fome que eu tinha, isso haveria de dar bobagem. O prato, para (não) variar, foi o Escalope ao Roquefort, acompanhado de batatas sautées. Muito bom, mas desta vez alguém esqueceu a mão no pode de mostarda... mais atenção ao queijo, cavalheiros...
A adição, desta feita, foi o Cipriani, como já havia mencionado, restaurante que fica no térreo do Copacabana Palace. Seguindo os passos de uma jovem dama carioca, conhecida por seu gosto impecável, que faz pesquisa sobre o Fetuccine Alfredo em diversos restaurantes como medida pessoal de qualidade, pedi um Filet ao Roquefort, este acompanhado de batatas douradas à Provençal. O Dry Martini deles é impecável, conquanto seja mais caro que o do Antiquarius. O vinho escolhido foi um Mouton Cadet tinto, 1992. Boa safra para a região de Bordeaux e, servido na temperatura certa, agradou a todos na mesa (exceto o cavalheiro que pediu o linguado com arroz de frutos do mar, mas isso é uma outra história – ele era um chatonildo).
O Rio é igualmente conhecido pela tradição de seus botecos. Paris tem cafés, Roma, trattorias. O Rio produz e exporta botecos. A revista de bordo da TAM recomenda o Bar Luis, em operação desde 1839. Desta vez, a incursão não foi tão sofisticada, mas incluiu visita a dois aglomerados de bares, chamados Cobal – uma no Humaitá (Rua Voluntarios da Patria, 448) e outra no Leblon (alguma ajuda na geografia seria bem aceita para esta: o taxista fez um mundo de voltas...). De qualquer forma, tratam-se de lugares interessantes, mas sem nenhum atrativo mais particular que justifique trocá-las por uma visita aos Quiosques da Lagoa.
The Lurker says: pouca coisa é tão interessante como descobrir novos lugares e conversar com pessoas diferentes...
dezembro 31, 2002
The Lurker volta ao Rio - (ou garçom, tem uma cereja no meu dry martini)
O Rio de Janeiro não é, definitivamente, local para se estar a trabalho (ainda mais nas férias dos outros – tanto pior se o trabalho for em um fim de semana).
Primeiro, a temperatura é absolutamente proibitiva para que tem que andar “empacotado”. Terno e gravata deveriam ser abolidos no verão. Segundo porque trabalhar parece ser a última das opções de todos os viventes que estejam em idade produtiva. E todo mundo acha divertido, do assensorista ao diretor de corporação, curtir com a cara do "paulista" que tem que andar com o penduricalho (gravata, bem entendido) no pescoço.
De maneira semelhante à Bahia, um dos aspectos mais interessantes da cidade está relacionado à própria população.Via de regra, a receptividade é positiva a brincadeiras que se faça e as pessoas, não importa sua formação, são capazes de articular frases como “preciso levar minha mãe ao cirurgião maxilo-buco-facial” sem fazer careta, nem perder o rebolado, como certos habitantes de outras plagas. Neste sentido cabe a reprodução de alguns diálogos peculiares:
No lobby do Palace
Recepcionista – Are you with the consultive group for CESPE?
The Lurker (aceno afirmativo de cabeça).
R. – Lunch is going to take place at the Cipriani, sir.
TL – Thank you kindly for addressing me in English, but you can do it just as well in Portuguese, as I´m used to (wink).
R. – (sorriso) É que dois estrangeiros já estiveram aqui e imaginei que o Sr. estivesse com eles.
TL. – Logo vi. Mas seu inglês estava tão simpático que não vi motivo para interrompê-la.
R. – (risos) Obrigada. We try our best…
No Empório Verde
The Lurker – Estou procurando por umas balas de tamarindo que existem aqui pelo Rio. Me disseram que vocês tem.
Atendendente – Um minuto só
Senhora – Essas balas são boas?
TL– São feias feito o pecado, tem uma embalagem pior do que biscoito Globo, mas são deliciosas.
S. – Feia feito o pecado! (risos) essa eu nunca havia escutado!
TL – Tenho uma amiga que se refere à elas com “feias como um susto e uma corrida”. Também descreve adequadamente.
(a atendente chega com as balas)
TL – A senhora gostaria de experimentar.
S – Depois dessa descrição, gostaria de pelo menos vê-las antes!
A trilha musical da viagem é cortesia de Carlos Silva Matos, taxista que prepara seus próprios CDs com um bom gosto que deveria ser mais praticado por certas rádios que estão por aí. Cruzando a Lagoa, no caminho da Cobal de volta para Copacabana, Sinatra cantava Let me Try Again, seguido por Nat King Cole com seu The Very Thought of You . Agora imagine isso com as luzes refletidas, o Rio aceso e o tráfego fluindo tranqüilo em uma noite estrelada e com uma árvore de natal “aquática” lançando luzes para o céu.
The Lurker Says: Hemingway disse "ver Paris e depois morrer"... Perdoe-o: ele ainda não conhecia o Rio...
O Rio de Janeiro não é, definitivamente, local para se estar a trabalho (ainda mais nas férias dos outros – tanto pior se o trabalho for em um fim de semana).
Primeiro, a temperatura é absolutamente proibitiva para que tem que andar “empacotado”. Terno e gravata deveriam ser abolidos no verão. Segundo porque trabalhar parece ser a última das opções de todos os viventes que estejam em idade produtiva. E todo mundo acha divertido, do assensorista ao diretor de corporação, curtir com a cara do "paulista" que tem que andar com o penduricalho (gravata, bem entendido) no pescoço.
De maneira semelhante à Bahia, um dos aspectos mais interessantes da cidade está relacionado à própria população.Via de regra, a receptividade é positiva a brincadeiras que se faça e as pessoas, não importa sua formação, são capazes de articular frases como “preciso levar minha mãe ao cirurgião maxilo-buco-facial” sem fazer careta, nem perder o rebolado, como certos habitantes de outras plagas. Neste sentido cabe a reprodução de alguns diálogos peculiares:
No lobby do Palace
Recepcionista – Are you with the consultive group for CESPE?
The Lurker (aceno afirmativo de cabeça).
R. – Lunch is going to take place at the Cipriani, sir.
TL – Thank you kindly for addressing me in English, but you can do it just as well in Portuguese, as I´m used to (wink).
R. – (sorriso) É que dois estrangeiros já estiveram aqui e imaginei que o Sr. estivesse com eles.
TL. – Logo vi. Mas seu inglês estava tão simpático que não vi motivo para interrompê-la.
R. – (risos) Obrigada. We try our best…
No Empório Verde
The Lurker – Estou procurando por umas balas de tamarindo que existem aqui pelo Rio. Me disseram que vocês tem.
Atendendente – Um minuto só
Senhora – Essas balas são boas?
TL– São feias feito o pecado, tem uma embalagem pior do que biscoito Globo, mas são deliciosas.
S. – Feia feito o pecado! (risos) essa eu nunca havia escutado!
TL – Tenho uma amiga que se refere à elas com “feias como um susto e uma corrida”. Também descreve adequadamente.
(a atendente chega com as balas)
TL – A senhora gostaria de experimentar.
S – Depois dessa descrição, gostaria de pelo menos vê-las antes!
A trilha musical da viagem é cortesia de Carlos Silva Matos, taxista que prepara seus próprios CDs com um bom gosto que deveria ser mais praticado por certas rádios que estão por aí. Cruzando a Lagoa, no caminho da Cobal de volta para Copacabana, Sinatra cantava Let me Try Again, seguido por Nat King Cole com seu The Very Thought of You . Agora imagine isso com as luzes refletidas, o Rio aceso e o tráfego fluindo tranqüilo em uma noite estrelada e com uma árvore de natal “aquática” lançando luzes para o céu.
The Lurker Says: Hemingway disse "ver Paris e depois morrer"... Perdoe-o: ele ainda não conhecia o Rio...
dezembro 29, 2002
The Lurker volta ao Rio - "ou quousque tandem abutere, Catilina, patientia nostra?”
Mal tomo meu assento, na janela de um lotado A300 da Tam, percebo uma altercação na fileira imediatamente à minha frente
O Chato – Qual o número de seu assento?
Jovem – 4A (estende o ticket de embarke) - para a conferência do desconhecido. Nada como estar armada com a verdade (e estar previamente sentada na posissão assignada).
O Chato olha e constata a veracidade do que foi dito. Resolve então retroceder na contra-maré das pessoas que entram. Em voz muito mais alta do que o necessário, dado que a aeronave se encontra no solo, e ele está próximo da cozinha da proa, diz com uma voz em que transpassa vitória sobre o sistema e que o falante vai, agora, resolver seus recalques:
– Aeromoça! Duplicidade de assento! Aeromoça!! Duplicidade de assento!!
Segue-se uma discussão absolutamente desnecessária sobre os direitos do usuário, o qual é sempre o prejudicado, e os códigos de defesa, Infraero, Serviço de Proteção ao Vôo e o capeta de asa. Comento com o passageiro mais próximo sobre como a discussão é desnecessária, já que o assento a meu lado e o imediatamente à frente estão desocupados. Ambos achamos engraçada da afetação do Chato, que quer ir de janelinha, claro.
– Vanessa, se o problema todo é esse, avise que eu cedo meu lugar à janela. Vamos tratar de decolar.
– Muito obrigada, mas estamos contornando a situação.
A essa altura, os demais passageiros já se encontram acomodados, e a porta não pode ser fechada porque o despachante tem que acalmar o sujeito, que agora só falta exigir que o avião seja reformado para receber mais uma janela. Finalmente, a aeromoça cede e pede que, com efeito, eu ceda meu lugar como havia me proposto originalmente.
– Naturalmente – respondo levantando-me – Mas gostaria de me sentar no assento à frente (4B).
– Perfeitamente, responde ela. – Ao que o passageiro a meu lado emenda:
– Ah, sim: Agora você vai lá pra frente e deixa que eu me entenda com o Chato. Muito bonito - diz em tom de graça.
– Sinto muitíssimo - respondo com uma expressão condoída (como se me afetasse muito). Sou imitado em meu sorriso por diversos outros passageiros que acompanham o diálogo. – Todos temos que dar nossa quota de sacrifícios... - completo
Com isso o pessoal em volta desanda a rir abertamente, exatamente no momento em que o Chato aparece, com cara de "no capisco niente" e vai se aboletar na janela que me pertencia. Grandessíssimo pateta.
Já em meu novo assento e depois de algum tempo rindo-me sozinho da situação, abro meu laptop e vou trabalhar no capítulo de um livro que a Amália está preparando sobre, justamente, Satisfação do Usuário... definitivamente, a vida adora estas pequenas ironias...
The Lurker says: Exija seus direitos, lute por suas convicções mas, bolas, vá amolar o boi!
Mal tomo meu assento, na janela de um lotado A300 da Tam, percebo uma altercação na fileira imediatamente à minha frente
O Chato – Qual o número de seu assento?
Jovem – 4A (estende o ticket de embarke) - para a conferência do desconhecido. Nada como estar armada com a verdade (e estar previamente sentada na posissão assignada).
O Chato olha e constata a veracidade do que foi dito. Resolve então retroceder na contra-maré das pessoas que entram. Em voz muito mais alta do que o necessário, dado que a aeronave se encontra no solo, e ele está próximo da cozinha da proa, diz com uma voz em que transpassa vitória sobre o sistema e que o falante vai, agora, resolver seus recalques:
– Aeromoça! Duplicidade de assento! Aeromoça!! Duplicidade de assento!!
Segue-se uma discussão absolutamente desnecessária sobre os direitos do usuário, o qual é sempre o prejudicado, e os códigos de defesa, Infraero, Serviço de Proteção ao Vôo e o capeta de asa. Comento com o passageiro mais próximo sobre como a discussão é desnecessária, já que o assento a meu lado e o imediatamente à frente estão desocupados. Ambos achamos engraçada da afetação do Chato, que quer ir de janelinha, claro.
– Vanessa, se o problema todo é esse, avise que eu cedo meu lugar à janela. Vamos tratar de decolar.
– Muito obrigada, mas estamos contornando a situação.
A essa altura, os demais passageiros já se encontram acomodados, e a porta não pode ser fechada porque o despachante tem que acalmar o sujeito, que agora só falta exigir que o avião seja reformado para receber mais uma janela. Finalmente, a aeromoça cede e pede que, com efeito, eu ceda meu lugar como havia me proposto originalmente.
– Naturalmente – respondo levantando-me – Mas gostaria de me sentar no assento à frente (4B).
– Perfeitamente, responde ela. – Ao que o passageiro a meu lado emenda:
– Ah, sim: Agora você vai lá pra frente e deixa que eu me entenda com o Chato. Muito bonito - diz em tom de graça.
– Sinto muitíssimo - respondo com uma expressão condoída (como se me afetasse muito). Sou imitado em meu sorriso por diversos outros passageiros que acompanham o diálogo. – Todos temos que dar nossa quota de sacrifícios... - completo
Com isso o pessoal em volta desanda a rir abertamente, exatamente no momento em que o Chato aparece, com cara de "no capisco niente" e vai se aboletar na janela que me pertencia. Grandessíssimo pateta.
Já em meu novo assento e depois de algum tempo rindo-me sozinho da situação, abro meu laptop e vou trabalhar no capítulo de um livro que a Amália está preparando sobre, justamente, Satisfação do Usuário... definitivamente, a vida adora estas pequenas ironias...
The Lurker says: Exija seus direitos, lute por suas convicções mas, bolas, vá amolar o boi!
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